segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

PERGUNTAS COM RESPOSTA
Tem de haver tempo e ser dada alguma prioridade a pensar o trabalho das ONG

Entrevista a Hermínia Ribeiro, presidente da Plataforma Portuguesa de ONGD

Quais são os maiores desafios para as ONGD portuguesas no sentido da criação de uma agenda para melhorar o impacto da sua acção para o desenvolvimento?
As ONG precisam de ter planos estratégicos bem definidos das suas áreas de actuação e de criar mecanismos que permitam ter práticas mais transparentes e accountability. Tem que haver uma maior aposta na formação dos seus recursos humanos e na sustentabilidade interna da própria organização para poderem pensar como melhor actuar e como melhor cumprir os seus objectivos e melhorar a sua intervenção.

Tem havido uma discussão real entre as várias ONGD sobre esta questão?
Creio que tem havido alguma discussão à volta do impacto e de como melhorar esse impacto em termos dos projectos que são realizados, mas é necessário aprofundá-lo. Deve ser um diálogo mais balizado, e tem de ser promovido um debate permanente e não esporádico, quando por acaso as pessoas se encontram e trabalham sobre isso. Tem de haver tempo e ser dada alguma prioridade a pensar o trabalho das ONG e a forma como se repercute no impacto das suas acções.

No que diz respeito à Cooperação Portuguesa, quais podem ser os maiores desafios na aplicação da Declaração de Paris ou na Agenda de Acção de Acra?
Acho que é necessário haver um efectivo reconhecimento e uma aplicação do papel de coordenador que o IPAD [Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento] deveria ter e aí serem criados os mecanismos para que haja também maior eficácia dos apoios e da Cooperação Portuguesa e uma maior definição de todos os objectivos que têm definido e prioridades de actuação, bem como os princípios. Tudo isto depende muito do efectivo papel coordenador do IPAD de forma a que haja uma maior coerência e uma maior concertação das acções feitas nesta área. Talvez a questão da concertação e da coordenação seja o principal desafio e é o princípio básico para que depois tudo o resto funcione, e também toda a questão da vontade política para que sejam cumpridos os compromissos de Acra e da Agenda de Paris.

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