
Este foi entendido como um sinal claro de que os Governos reunidos na Conferência das Nações Unidas entendem que o sector privado é um dos motores de Desenvolvimento e combate à pobreza dos PMA, na medida em que o novo Plano de Acção reclama a necessidade de criação de emprego e modernização e diversificação das economias destes países. Aliás, o ponto de partida da cimeira era o lema “Investimento, não caridade para os PMA”.
No entanto, a sociedade civil presente na cimeira já veio afirmar que o “Consenso de Istambul” não é adequado à realidade dos PMA, na medida em que não constitui uma clara rejeição ao “Consenso de Washington”. De facto, a Declaração de Istambul do Fórum da Sociedade Civil dos PMA defende que a adopção do novo Plano de Acção demonstra que os Estados doadores falharam nos compromissos de canalização de Ajuda adequada, na reforma das leis que regulam o comércio e ainda no reforço das capacidades dos Países em Desenvolvimento.
O modelo de Desenvolvimento promovido pelos Doadores, defende ainda a sociedade civil, não é sustentável por inúmeros factores, como por exemplo, o crescimento das exportações que tem provocado uma maior dependência dos PMA face aos países mais desenvolvidos, e à sua consequente desindustrialização, degradação ambiental e marginalização sócio-económica. “Acreditamos que é importante basear o Desenvolvimento dos PMA nas suas forças e não nas suas fraquezas”, aponta o documento.
Por estas e outras razões a sociedade civil presente na cimeira lamenta que não tenha sido ouvida na formulação dos resultados da reunião. “O paradigma deveria ter sido mudado”, refere a Declaração, para que a Conferência constituísse um “ponto de viragem para um mundo mais justo, mais equilibrado e mais sustentável”.
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